O Café Cultural conversou com Margareth Diniz, é uma mulher de origem ribeirinha, nascida nas margens dos rios amazônicos, que está sobrecarregada com as demandas diárias. Assim como milhares de brasileiras, acorda cedo para pegar o transporte público e chegar ao emprego informal, que aceitou para sustentar os três filhos sozinha. Ela, a protagonista do livro A ponte, memórias de lírios d’água, constrói a personagem que é um retrato de experiências, sofrimentos e lutas comuns a várias pessoas no país. Quando era adolescente, mudou-se de cidade para trabalhar na casa de uma professora e ter um quarto para dormir. Engravidou jovem, de um homem gentil que desapareceu sem deixar rastros, e passou a morar em uma área de ressaca do Macapá. Em busca de garantir uma melhor qualidade de vida à família, trabalhou com tudo que podia para complementar a renda.
Dividida em 13 capítulos, a narrativa une o passado ao presente como uma forma de inserir os leitores nos pensamentos íntimos da protagonista. A partir disso, Margareth Diniz, que nasceu em um pequeno povoado do Maranhão, morou em Belém e reside no Amapá, transita por questões como relacionamentos abusivos, racismo, machismo, migração nordestina e desigualdades socioeconômicas.
Além de explicitar estas situações, o livro também mostra como a sororidade pode impactar positivamente a trajetória feminina. A personagem principal sonha em prover uma vida tranquila para os filhos e se tornar contadora de histórias. Quando reencontra amigas da juventude, estes objetivos se tornam possíveis depois que elas criam uma rede de apoio para as mulheres da região compartilharem vivências, impulsionarem o empreendedorismo umas das outras e incentivarem a independência.
O programa Café Cultural é apresentado por Sérgio Lapastina as terças e quintas, às 16h, com reapresentações diárias, também às 16h, na Rádio Mega Brasil Online.
O programa também é disponibilizado, simultaneamente com a exibição de estreia, no Spotify, e em imagens, na TV Mega Brasil.